segunda-feira, 12 de maio de 2008

Eunice Munõz


Eunice Muñoz
Eunice do Carmo Muñoz nasceu em Moura Amareleja a 30 de Julho de 1928.
Estreou-se em 1941, na peça “ Vendaval” de Virgínia Vitorino. Realizou notáveis tais como, “Joana d’Arc, Mãe Coragem e Seus Filhos, A Banqueira do Povo”, entre outros.
O seu talento foi de imediato reconhecido pela Amélia Rey Colaço, que lhe permitiu uma rápida integração na Companhia Rey Colaço / Robles Monteiro.
Já aluna do Conservatório Nacional de Teatro celebriza-se em “A Casta Susana”. Termina o Conservatório, com 8 valores. Fica popular no palco do Teatro Variedades, com Vasco Santana e Mirita Casimiro na peça “Chuva de Filhos”.
Em 1946 estreia-se no cinema, no filme “Camões” de Leitão de Barros.
Com este filme Eunice ganha o prémio Secretariado Nacional de Informação para melhor actriz cinematográfica do ano.
Um ano depois Eunice Muñoz participa na Companhia de Comediantes Rafael de Oliveira, dirigida por Ribeirinho.
Em 1950 regressa aos palcos, com a comédia “Ninotchka”, onde contracena com Igrejas Caeiro, Maria de Matos e Vasco Santana.
Durante 4 anos retira-se da actividade teatral, para espanto da comunicação social. Volta a reaparecer em “Joana d’Arc” no palco do Teatro Avenida, onde perfilaram multidões pela Avenida da Liberdade, desejosas de obter bilhete para ver aquela, que a crítica aclama como genial.
Nos anos 60, passa para a comédia na Companhia de Teatro Alegre, onde contracena com grandes senhores do teatro português, como António Silva ou Henrique Santana.
Começa aparecer então com regularidade na televisão, em peças já repetidas por desejo expresso do público, como por exemplo “Cenas da Vida de Uma Actriz”, doze episódios de Costa Ferreira, ao lado de sua mãe, Mimi Muñoz.
Em 1965 Raúl Solnado funda a Companhia Portuguesa de Comediantes, e Eunice recebe o maior salário até aqui nunca pago a uma actriz dramática, 30 contos mensais.
Em 1970 faz uma longa tournée por Angola e Moçambique.
Dedica-se à divulgação de poetas que ama, dando a voz a Florbela Espanca ou António Nobre. Regressa aos palcos portugueses passados 8 anos (1978), integra na Companhia do reaberto Teatro Nacional D. Maria II, onde vivera grandes êxitos.
Volta à televisão na telenovela “A Banqueira do Povo” em 1993.
Celebra os seus 50 anos de carreira de Teatro em 1991 com uma exposição no Museu Nacional do Teatro, onde foi condecorada, em cena aberta, no palco do famoso Teatro Nacional, pelo Presidente da República, Mário Soares. Em 2006 representou pelo 1º vez na casa a que deu nome, o Auditório Municipal Eunice Muñoz em Oeiras. Em 2007 co-protagoniza com Diogo Infante “Dúvida” no Teatro Maria Matos, e em algumas salas de espectáculo do país.

Maria do Céu Guerra


Maria do Céu Guerra
Maria do Céu Guerra nasceu em Lisboa a 26 de Maio de 1943 é uma encenadora portuguesa.
O seu interesse por teatro começa enquanto estudante universitária quando frequenta o Curso de Filologia Romântica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Ao integrar o grupo de fundação do Teatro Casa da Comédia, participa em “ Deseja-se Mulher” de Almada Negreiros.
Posteriormente é co-fundadora do Teatro Experimental de Cascais onde se torna profissional e, trabalha em 1970 “Um Chapéu de Palha de Itália” e em 1968 “O Comissário de Polícia”, “ Bodas de Sangue”, entre outras.
Ingressa por curto período de tempo no Teatro de Revista e Comédia, trabalhando com Laura Alves.
Regressa à Casa da Comédia, onde trabalha com Morais e Castro, participa no grupo fundador do Teatro Adoque. Funda a Companhia de Teatro “A Branca ”, onde se centra ainda hoje a sua actividade em teatro, maioritariamente com Hélder Costa (como autor e encenador).
Como encenadora, encenou “O Menino de Sua Mãe” a partir de Fernando Pessoa; “Agosto- História da Emigração”; “A Relíquia ” a partir de Eça de Queiroz e “Os Prantos de Maria Prada”, a partir de Gil Vicente.
Dirigiu e recitou poesia, em variados espectáculos, destacando “A Palavra do Dia ” (expo. 98) e “Pessoalmente Quatro Poeta ” com o qual já realizou mais de 60 sessões por todo o pais com a “Barraca ”. Percorreu inúmeros Festivais Internacionais de Teatro, destacando as digressões em África e na América do Sul.

Rosa Lobato de Faria


Rosa Lobato de Faria
Rosa Lobato de Faria nasceu a 20 de Abril de 1932, em Lisboa, Actriz, foi escritora e autora de canções.
Antes de se dedicar à representação no teatro e em vários programas de televisão, esta célebre senhora foi empregada numa loja de electrodomésticos.
A sua estreia cinematográfica ocorreu em 1973 em “Perdidos por cem…”, seguindo-se na Sétima Arte interpretações em “Paisagem sem Barcos” (1983), entre outras. Mais tarde Rosa Lobato de Faria faz sucesso como actriz de teatro, cinema e televisão e ainda como autora de canções. Quatro das suas letras venceram o Festival da Canção foram à Eurovisão e ainda duas canções marcaram presença no Festival da OTI. Ganhou ainda por duas vezes o prémio da Grande Marcha Popular de Lisboa, nas únicas vezes em que concorreu.
Escreveu com Ana Zanatti o argumento da telenovela “Passerelle” para a RTP. E desta vez sozinha escreve o argumento para “Telhados de Vidro” da TVI.
Rosa Lobato de Faria, escreveu também o guião de quatro séries de televisão, três das quais pertencentes à RTP e uma à TVI “Trapos e Companhia”. Colabora ainda em vários programas do humorista Herman José.
Em 1995 estreia-se na escrita de romances com “O Pranto de Lúcifer”, seguindo-se outras obras sucessivamente. No ano 2000 ganhou o Prémio Máxima da Literatura.
Tem obras traduzidas em Alemão e Francês. Para além do romance, a autora também publicou poesia, como a ontologia “Poemas Escolhidos e Dispersos” (1997) e “A Gaveta de Baixo” 1999, um poema longo acompanhado por aguarelas de Oliveira Tavares.
Em 2000 e paralelamente a todas estas actividades, dava aulas de dicção na Universidade Moderna.
No final de 2002, estreou no teatro a peça “ Sete Anos”, a primeira escrita por Rosa Lobato de Faria.
Aos 70 anos ensinava Poesia Portuguesa num curso de formação de actores.
Actualmente participa como actriz na série da SIC, “Aqui não há quem viva.”

São José Lapa


São José Lapa
Maria de São José Mamede de Pádua Lapa nasceu em Lisboa a 19 de Março de 1951 é uma famosa actriz e encenadora portuguesa.
Na Casa da Comédia, estreia-se em 1972, com a peça “ Deseja-se Mulher”, de Almada Negreiros, mas esta peça é encenada pela sua irmã, a actriz e encenadora Fernanda Lapa. Conclui na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa o Curso de Formação de Actores e Encenadores. No ano em que termina o curso de formação, funda a Companhia de Teatro “ A Centelha” e é contratada pelo Estado Português para desenvolver no distrito de Viseu um projecto de animação, promoção e descentralização teatral. Lecciona Movimento e Drama na Escola do Magistério Primário de Viseu.
Regressa a Lisboa e é dirigida por Filipe Lá Féria na peça “A Paixão”, de Pier Paolo Pasolini ao lado de Rogério Samora. Recebe da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro o prémio para melhor actriz do ano, pelo desempenho dado na peça “Casamento Branco”, encenada por Fernanda Lapa. Ingressa, posteriormente na Companhia do Teatro Nacional, onde é dirigida por Arthur Ramos. A partir daí, salienta a sua interpretação nas peças “Mãe Coragem”; “Guerras do Alecrim” e “Manjerona”, entre outras…
Integra mais tarde o elenco de “Casino Royal” e com Filipe Lá Féria a “ Grande Noite” em 1990.
Na encenação salienta-se os seus últimos projectos: “12 Mulheres e 1 Cadela” para o Teatro da Trindade em 2005; “E o Sonho de Uma Noite de Verão” para o Espaço das Aguncheiras em 2006.

Amália Rodrigues


Amália Rodrigues


Amália da Piedade Rodrigues nasceu em 1920 em Lisboa. Os pais eram naturais da Beira Baixa, mas radicados em Lisboa durante alguns anos. É numa festa da escola primária que canta pela primeira vez em público.
Quando sai da escola vai logo trabalhar, primeiro como bordadeira, depois como operária têxtil e mais tarde com a irmã numa loja de souvenirs.
As marchas populares ficarão para sempre no reportório de Amália. Numa festa de beneficência, Amália canta pela primeira vez em público acompanhada à guitarra pelo tio, João Rebordão.
Decorriam os finais dos anos 30 e Amália concorre ao Concurso da Rainha do Fado dos Bairros, no qual não chega a participar, pois as outras concorrentes ameaçam desistir se ela concorrer, e Amália acaba por desistir da participação. Estreia-se no Retiro da Severa em 1939, como fadista profissional. O êxito no Retiro como artista exclusiva é um sucesso, e espalha-se por toda a Lisboa pela boca do público. Imediatamente passa a cabeça de cartaz. No início da década seguinte, 1940 começa a cantar como artista exclusiva e com reportório próprio em várias casas. Ainda nesta altura estreia-se no cinema e na revista. A partir de 1950 começa a actuar em alguns países, nomeadamente na América, México, Paris Inglaterra e Brasil. A par das suas actuações musicais, a representação em alguns filmes também fez parte da sua carreira artística.Em 1961 é editado o LP Asas Fechadas que contribuiu para a grande viragem na sua vida artística.
No ano de 1963 faz uma grande temporada no La Tête de L’Art de Paris, Savoy de Londres, França e Líbano. Nas décadas seguintes a carreira desta fadista pauta-se pelas viagens que faz quer em trabalho, quer na divulgação da cultura portuguesa, nomeadamente no campo musical, a cantar o Fado.
Ganhou ainda muitos prémios dos quais destacámos, Condecoração da Ordem das Artes e Letras pelo estado francês; Ordem Militar de Santiago da Espada; Ordem dos Cedros do Líbano; Medalha de Ouro da cidade de Lisboa, entre outros.
Amália Rodrigues faleceu no dia 6 de Outubro, de 1999 com 79 anos.

Alexandra Moura


Alexandra Moura



Nasce em Lisboa em 1973, forma-se no IADE em Design de Moda, especializando-se depois em projectos de Design de Moda.
Entre outros eventos, participa na Mostra Nacional de Jovens Criadores, onde é seleccionada para representar Portugal na 1ª Bienal de Jovens Criadores dos Países Lusófonos, realizada em Cabo Verde. Colabora entre 1997 e 2001 nos gabinetes de Design de Ana Salazar e José António Tenente.
Em 2002 é convidada para apresentar a sua primeira colecção a solo no Evento Novos Talentos/Óptimos, iniciativa que repete no ano seguinte com apresentação da sua colecção Inverno/ 2001.
Em Abril de 2002 apresenta a colecção Inverno no espaço LAB-18ª edição da Moda Lisboa – Lisboa Fashion Week.
Concebe as fardas para as lojas Atlantis Crystal e em Setembro participa no Showcase/Portugal em Barcelona, onde apresenta a sua colecção para o Verão 2003 integrada no Circuit.

Paula Rego



Paula Rego
Pintora portuguesa radicada em Inglaterra, Paula Figeueroa Rego nasceu a 26 de Janeiro de 1935, em Lisboa. Formou-se na Slade School of Art entre 1952-1956 e no início dos anos 60 foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. A sua primeira aparição perante o público lisboeta deu-se em 1961, na II Exposição da Gulbenkian. Em 1965 produziu vários trabalhos relacionados com acontecimentos chocantes da vida política ibérica: - “cães de Barcelona”, “Gorgon, retrato de Grimau”, “Manifesto por uma causa perdida”, temática já anunciada em 1961 com “Salazar a vomitar a Pátria”.
Paula Rego nunca se desligou da vida artística portuguesa, expondo regularmente entre nós, mas também noutros países, como aconteceu, por cidades de Amesterdão, Paris, Lima, Bruxelas, Reino Unido e a Bienal de S. Paulo.
Em Maio de 1997, no Centro Cultural de Belém, foi inaugurada uma importante exposição retrospectiva da sua obra, com 136 trabalhos, cobrindo trinta e seis anos de carreira.
Em 2001, foi publicado, numa edição limitada, numerada e assinada, o livro As Meninas, uma obra conjunta da artista e de Agustina Bessa Luís.
Em Outubro de 2004, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, acolheu uma selecção da obra de Paula Rego, produzida desde 1997 com 150 obras, apresentou pela primeira vez os desenhos preparatórios de algumas das suas pinturas.
Ao longo da sua carreira tem sido distinguida com vário prémios, tais como Soqui (1971); TWSA Touring Exhibition, Newlyn arts Centre, Penzance (1984); Prémio Benetton/Amadeo de Souza-Cardoso, Casa Serralves, Porto (1987); Prémio Turner 89, Londres (1989); Prémio AICA’97, Lisboa (1998); Prémio de Consagração Celpa/Vieira da Silva (2001).

Ana Maria Botelho


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Pintora Ana Maria Botelho
(1936)
O seu verdadeiro nome é Ana Maria Gago da Câmara do Botelho de Medeiros, nasceu em Lisboa em 1936. Frequentou o curso “Formation Général en Philosophie dês Arts et Sciences”, em Paris. Licenciada em Artes Plásticas onde estudou em Paris e Roma, a sua primeira exposição individual em Lisboa foi no ano de 1963. Neste mesmo ano foi-lhe atribuído o prémio revelação de pintura portuguesa e em 1979 ganhou em Paris, a medalha de ouro com um retrato. Está representada em colecção, particularmente em Portugal e nos Museus de Arte Moderna de Famalicão, entre outras. Publicou livros de poesia “Varanda sem casa” e “Céu de Linho” e foi medalha de Ouro e Honra (1972 e1996) do Município de Loures, cuja Câmara, por mérito cultural, atribuiu o nome de Ana Maria Botelho à rua onde mora nesse concelho. Participou em diversos programas de televisão, palestras e colóquios sobre arte, e foi responsável pela rubrica dedicada às artes relacionadas com adolescentes e jovens num programa feminino da RTP.

Maria Alexandra Lencastre


Maria Alexandra de Lencastre
Nasceu a 26/09/1965 na Lapa em Lisboa
Alexandra Lencastre é assim conhecida, abandonou o segundo ano do curso de Filosofia na Faculdade de Letras de Lisboa para ingressar na Escola Superior de Teatro e Cinema do Conservatório Nacional.
Concluiu em 1986 o curso de formação de actores. Ganha destaque ao trabalhar com Jorge Listopode na peça Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett onde é considerada actriz revelação, pela APCT em 1986.
Desde aí foi dirigida por numerosos encenadores, como Mário Feliciano, Orlando Neves, Carlos Avilez, Gastão Cruz, José Wallenstein, Rogério de Carvalho ou João Lourenço que a dirigiu na sua última experiência teatral, “Fernando Krapp escreveu-me esta carta”, de Tanked Darst, em 1997.
Note ainda que esta excelente actriz também se destaca não só pelo teatro, mas também nas áreas de cinema.
Dobragens e Televisão:
Alexandra recebeu em 2002 o seu primeiro globo de ouro sendo considerada a melhor actriz de cinema no filme “O Delfim”. Em 2003 por ser considerada a melhor actriz de TV na série Ana e os Sete, recebeu o segundo Globo de Ouro.
Em 2007 o The Biography Channel, dedicou a Alexandra Lencastre um magnífico documentário biográfico.

Maria de Medeiros


Maria de Medeiros
Nasceu em Lisboa em 19 de Agosto de 1965.
A sua primeira experiência é teatral (num grupo amador do Liceu Francês em Lisboa, onde interpreta as Coeforas de Ésquilo).
Frequentou em Paris a Ecole Nationale Superieure dês Arts et Techniques du Ihéatre e o Conservatoire National d’Art Dramatique.
Filmografia
Como actriz :
Silvestre, de João César Monteiro (80)
A Estrangeira, de João Mário Grilo (81), J’Ai
Faim, J’Ai Froid de Paris Vu Par, de Chanta
Ackerman, Vertiges, de Christian Laurent (84)
Paraíso perdido, de Alberto Seixas Santos, Le Maine et lo Sorciêre, de Suzanne Schiffman (86)
L’Air de Rien de Mary Jimenez (88)
1871, de Ken Macmullen, Henry & June, de Philip Kaufman (89)
A Idade Mayor, de Teresa Villaverde Cabral,
Retrato de Familia, de Luis Galvão Ieles.
Meeting Venus, de Istvan Svabo
Divina Comédia, de Mantel de Oliveira (90)
L’Ourso BIeu, de Marc Chevrie (91)
Como realizadora :
Severine C, Fragmento II, A Morte do Príncipe.
O trabalho cinematográfico de Maria de Medeiros está sobretudo ligado à experiência teatral, o que não é de espantar, embora o grande público pense nela no Henry & June de Philip Kaufman e os cinéfilos mais advertidos a recordem no Silvestre de João César Monteiro que marca o seu lançamento como actriz.
O grande prestígio de Maria de Medeiros vem principalmente de França, do seu trabalho nos palcos, o que lhe valeu vários prémios, o mais recente dos quais – o Prémio da Cidade de Paris – na peça Zazou, apresentado no Festival Internacional de Teatro de Lisboa.
Será interessante seguir o seu trabalho como realizadora, onde certamente não deixará de nos dar a ver através das imagens e dos sons os resultados do seu fulgurante talento de actriz e de uma sensibilidade à flor da pele.

Beatriz Costa


Beatriz Costa
Nasceu a 14 de Dezembro de 1907 no lugar da Charneca do Milharado, no Casal Barreiro, concelho de Mafra e faleceu a 15 de Abril de 1996 aos 88 anos.
Estreou-se como corista aos 15 anos na revista “Chá e Torradas” (1923).
A 22 de Julho de 1924 participa na revista “Rés Vês” no Teatro Maria Vitória e, dado o agrado da sua actuação, António de Macedo ensaia-la-ía no Teatro Avenida para um númerozinho que a “elevaria de posto”.
Na manhã de 24/07/24 com 16 anos e meio, embarca no “ Lutelia “ com a Companhia para o Brasil e lá permaneceu até 1926.
Regressa a Lisboa já em lugar de destaque ao lado Nascimento Fernandes em “ Ditosa Pátria”, no Trindade, a 7 de Julho de 1925.
Na sua segunda tournée ao Brasil em 1929, com a Companhia de Eva Stachino, foi recebida sobre as mais efusivas manifestações e relembrada a sua revelação como actriz nos grandes órgãos de imprensa da América do Sul.
Em 1933 a sua imagem perenizava-se n’ “A Canção de Lisboa” e em 1936, aquando a lendária revista “Arre Burro” faz parte do elenco de “O Trevo de Quatro Folhas”.
Em 1937 a Beatriz ganha ao lado de Vasco Santana os votos de preferência dos cinéfilos portugueses e são eleitos “príncipes do cinema português”. Entre novas revistas até ao fim da década, contaram-se “ Há festa na Moraria” (1937), “Sempre em Pé” (1938), “É Real” (1939); e no cinema representou no filme “A Aldeia da Roupa Branca” (1939) de Chianca de Garcia, no papel da lavadeira Gracinda, o seu último filme aos 31 anos.
A partir desta altura começa a dedicar-se às viagens por todo o mundo, assistindo a todos os festivais de teatro, de Ocidente a Oriente, e conheceu personalidades como Salvador Dali, Pablo Picasso, Greta Garbo, Edith Piaf ou o Rei Hassan II de Marrocos.
Depois do 25 de Abril – quando vivia no Hotel Tivoli, onde viveu até morrer – começou a publicar livros sobre a sua espantosa vida (já anteriormente a “publicara” em vários capítulos nas “Páginas das Minhas Memórias” nos anos 30), aconselhada e incentivada por Tomás Ribeiro Colaço. De notar que não sabia escrever até aos 13 anos, mas aprendeu sozinha seguindo a sua ambição de saber (a sua alfabetização começou à mesa da “Brasileira” rodeada por homens como Almada Negreiros, Gualdino Gomes, Aquilino Ribeiro, Vitorino Nemésio, entre outros).
Morreu dia 15 de Abril de 1996, aos 88 anos com a serenidade que os deuses deviam conceder sempre a quem propagou alegria à sua volta.

Laura Alves


Laura Alves

Laura Alves Mogno nasceu em Lisboa a 8 de Setembro de 1927, morreu a 6 de Maio de 1986. Foi uma actriz de teatro, televisão e cinema Português.
Estudou na Escola Industrial Machado Castro e frequentou o curso de Dança do Conservatório Nacional.
Trabalhou muitos anos no Teatro Monumental de Lisboa, onde se iniciou aos nove anos de idade.
Após a demolição do teatro ia frequentemente sentar-se junto aos escombros só para estar naquele lugar onde tinha trabalhado tanto.
Alcançou sucesso em palco, nos diversos géneros: revista, ópera, comédia e drama. Retirou-se em 1982.
Em 1986 foi homenageada no teatro Poletiana com o filme Laura Alves.

Maria Eugénia

Maria Eugénia nasceu em Lisboa, em 1927. Foi actriz cinema.
O seu nome completo é Maria Eugénia Rodrigues Branco (Pinto do Amaral). Estreou-se como actriz em 1944, protagonizando “A Menina da Rádio” película de Arthur Duarte. O mesmo realizador viria a dirigi-la em “O Leão da Estrela” em 1947. Contracenou com os grandes actores da época, como António Silva, Maria Matos, Laura Alves, Milú, Curado Ribeiro ou Óscar de Lemos.

Entre 1944 e 1948 participou em quatro filmes rodados em Espanha” O hóspede do quarto nº 13 (co-produção luso-espanhola), “Cuándo los Ângelo Duermen” conflito inesperado” e ”los Héroes del 95”. Mãe do poeta e critico literário Fernando Pinto Amaral.

Milú


Milú

Milú, nome artístico de Maria de Lurdes de Almeida Lemos, nasceu em Lisboa a 24 de Abril de 1926 e foi uma actriz portuguesa.

Estreou-se no cinema, aos doze anos, com uma breve participação em “A Aldeia da Roupa Branca” de Chianca de Garcia, ao lado de Beatriz Costa. Em 1943 interpretou Luisinha de O Costa do Castelo, de Arthur Duarte que também dirigiu em “O Leão da Estrela” (1947), “ O Grande Elias” (1950) e “Dois dias no paraíso” (1958).

Participou ainda em filmes de Manuel Guimarães, Constantino Esteves, Armando de Miranda, Perdigão Queiroga. Vivendo a época de ouro do cinema português, entre os anos 40 e 50, a sua beleza e fotogenia encantou gerações de portugueses e portuguesas, pelo que a compararam às estrelas de Hollywood.

Presença assídua na rádio, onde aos dez anos começou a cantar, a sua voz imortalizou músicas como ”A Minha Casinha” e “Cantigas da Rua”. No teatro salientam-se as suas interpretações em espectáculos de revista, nomeadamente, no Teatro Avenida e Teatro Variedades.

Viveu no Brasil entre 1960 e 1968 ”Kilas, o Mau da Fita”, de José Fonseca e Costa (1984) foi a sua última aparição no cinema.

Foi distinguida pela Secretaria de Estado da Cultura com uma condecoração de mérito artístico. Em 2007 foi agraciada com a Ordem Militar de Santiago e Espada, pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.

Teresa Salgueiro




TERESA SALGUEIRO

Teresa Salgueiro é unanimemente considerada uma das melhores vozes do actual panorama musical português e mundial facto que facilmente se comprova pelas reacções de quem, português, japonês ou de qualquer outra nacionalidade ouve pela primeira vez a sua voz e não lhe consegue ficar indiferente, mesmo que sinta pouca afinidade com o estilo de música que Teresa possa estar a cantar. Há desde logo um encanto que emana da sua voz comummente classificada como soprano, todos constatam a singularidade e beleza existente no timbre delicado com que dá vida e encanto às palavras cantadas.
Maria Teresa Salgueiro nasce em Lisboa no final da prolífica década de 60, mais concretamente a 8 de Janeiro de 1969. Na sua infância e adolescência passadas na Amadora, Teresa cantarolava as cantigas saídas do Festival da Canção, na altura muito em voga, os sucessos da música brasileira e, mais tarde, os fados tradicionais com que brindava os seus amigos nas noites do Bairro Alto.
Aos 17 anos Teresa era a voz dos Amenti, segundo Jorge P. Pires “um grupo de garagem vagamente futurista” (Madredeus – Um Futuro Maior, Temas e Debates, 1995). Mais tarde Teresa deixa o grupo quando Rodrigo Leão e Gabriel Gomes assistirem a um dos seus ensaios. Idealizaram um projecto que viria a chamar-se Madredeus. A uma postura coerente com o som e as palavras do grupo, Teresa acrescentou ainda uma inegável originalidade no modo de cantar e de se apresentar em palco. Entre as primeiras expectativas de viagem, as primeiras aulas de canto e o entusiasmo de uma promissora carreira como cantora num grupo cada vez mais requisitado e aplaudido. Teresa Salgueiro opta por abandonar os estudos concluindo o 11º ano do ensino secundário e dedica-se exclusivamente aos Madredeus deixando de lado a ideia de ser zoóloga, já de si um pouco comprometida pelos melhores desempenhos nas letras do que nas ciências.
Se as primeiras canções dos Madredeus não foram escritas e compostas propositadamente para Teresa Salgueiro, a partir de certa altura, os membros do grupo passaram a escrever e a compor tendo-a como referência, facto particularmente evidente a partir do álbum “O Espírito da Paz”. Fonte inspiradora da maioria das canções dos Madredeus, Teresa tornou-se rapidamente o ícone do grupo, a sua personagem principal, de tal forma que no álbum “O Paraíso” é apenas a sua face que surge a ilustrar a capa do disco. Apesar da estreita ligação que existe entre Teresa Salgueiro e a música dos Madredeus, é com insistência que lhe é posta a questão sobre uma possível carreira a solo. Teresa nunca excluiu a possibilidade de um dia vir a dedicar-se a uma das áreas musicais que lhe é mais querida, o Fado. Diversos projectos paralelos à sua carreira nos Madredeus passaram por colaborações com músicos como António Chainho, Ângelo Branduardi, Caetano Veloso, Carlos Núñez ou Sérgio Godinho, algumas dessas colaborações viram a luz do dia sob a forma de compilação no álbum “Obrigado”, editado pela EMI um pouco por todo o mundo entre 2005 e 2006. Em 2007 Teresa Salgueiro prepara novos projectos fora da “nave-mãe” aproveitando o ano sabático anunciado pelos Madredeus.
Com uma carreira de sucesso alicerçada nos Madredeus, Teresa Salgueiro é hoje uma referência para muita gente repartida pelos quatro cantos do mundo, a sua voz é universal e admirada tanto em Portugal como no Brasil, México ou Japão.

Rita Guerra


Rita Guerra

Considerada uma das melhores vozes portuguesas, Rita Guerra nasceu em Lisboa, a 22 de Outubro de 1967. A paixão pela música encontrou-a ainda na adolescência e a sua voz única e rica granjeou-lhe o primeiro contrato discográfico aos 22 anos.
Com ele gravou, em 1990, o álbum de estreia "Pormenores Sem a Mínima Importância", apadrinhado por Rui Veloso. Seguiu-se "Independence Day" (1995), totalmente cantado em inglês. "Desencontros" (2000), um álbum de duetos com Beto, confirmou a popularidade de Rita Guerra junto do público português, arrebatando um esmagador e duradouro sucesso de vendas e airplay. “Da Gama", um álbum étnico lançado em 2001, marcou uma nova viragem na carreira de Rita Guerra, de acordo aliás com as suas múltiplas facetas interpretativas. Produzido pelo maestro Pedro Osório, assinalou o primeiro encontro profissional da cantora com Paulo de Carvalho, outro dos participantes no disco.
Em 2002, no auge do sucesso da primeira edição do programa “Operação Triunfo”, Rita Guerra foi convidada pela RTP para representar Portugal no Festival Eurovisão da Canção. Em Riga, na Letónia, cantou "Deixa-me Sonhar (Só mais uma vez)". A classificação ficou aquém das expectativas, mas a crítica internacional foi unânime em considerá-la a melhor voz e a participação mais bonita do festival.
O álbum "Rita", lançado em 2005, marcou a consagração definitiva. Escrito e produzido por Paulo Martins, o disco é uma colecção de canções elegantes que potenciam a voz única de Rita Guerra. Edição da Farol Música, atingiu em Março de 2006 a marca da dupla platina, correspondente a mais de 40 mil unidades vendidas - e esteve nos lugares cimeiros do top nacional, ao longo de dez meses. A cantora foi presença em inúmeras colectâneas e edições especiais, além de voz convidada em álbuns de João Braga e do projecto Ovelha Negra. Continuou também a ser uma das vozes Portuguesas da Disney, "Hércules", "O Príncipe do Egipto", "Rei Leão", "A Pequena Sereia", "Branca de Neve" e "Tarzan", são apenas alguns dos filmes onde pode ouvir-se a sua voz inconfundível.
Ao vivo, ao longo de mais de dez anos, Rita Guerra cantou todas as noites, integradas no elenco do espectáculo do Salão Preto e Prata do Casino do Estoril. Teve ainda tempo para embarcar em duas digressões nacionais de enorme sucesso, com os espectáculos "As Canções do Século" (com Lena D'Agua e Helena Vieira, um trabalho também convertido em disco) e "PoPera" (com Beto e Helena Vieira).
A 27 de Março de 2006, no Coliseu dos Recreios em Lisboa, Rita Guerra realizou o seu primeiro grande espectáculo a solo em 10 anos. O concerto marcou o regresso da cantora à estrada, numa digressão nacional de enorme sucesso e inúmeras solicitações, para salas e recintos sempre esgotados e assistências médias de 5.000 pessoas.
Em Maio desse mesmo ano, a sua participação no "Concerto Mais Pequeno do Mundo", iniciativa da Rádio Comercial, esmagou todos os recordes de participação em antena, com mais de 3.500 chamadas telefónicas de ouvintes, disputando os escassos 20 bilhetes disponíveis.
Dando corpo ao crescente reconhecimento também internacional da sua voz única, Rita Guerra foi convidada para actuar, em Ponte de Sôr, na edição 2006 do prestigiado Festival Sete Sóis, Sete Luas (rede cultural de 30 cidades da Europa, África e Mediterrâneo).
Foi também convidada por Ronan Keating (ex-vocalista dos Boyzone) para gravar um dueto, a canção "All Over Again", presente no mais recente álbum do cantor, "Bring You Home". A edição nacional do álbum foi lançada em Outubro de 2006.
Nesse mesmo mês, por ocasião da XIV Gala da Central FM, foi galardoada com o prémio de Mérito Artístico. Pouco tempo depois, em Abril, na mesma altura em que o single "Sentimento" começava a rodar nas rádios e entrou na banda sonora da novela da TVI "Ilha dos Amores", a cantora iniciou, com a sua banda, uma digressão nacional (a tour "Deixa-me Sonhar") com a qual percorreu o país e levou a sua música a largas dezenas de milhar de portugueses.
Entretanto, continuou a preparar novo material discográfico, de onde resultaram os 11 temas originais do álbum "Sentimento", lançado a 24 de Setembro de 2007 e actualmente já disco de ouro.

Mariza


Mariza



Nasceu em Moçambique em 1973, mas vive em Portugal desde os três anos.
Mariza faz questão de explicar que foi o fado que a escolheu. Mas talvez essa sua certeza advenha do facto de, como ela própria o diz, "o fado ser um sentimento e não propriamente uma música". E é com convicção que afirma que quando canta consegue sentir tudo. E é provavelmente essa simplicidade ao cantar que cativa todos aqueles que a ouvem. Quando os seus guitarristas começam a tocar, ela ainda não está no palco. Tocam com muita energia, abruptamente. Ainda mal se vê no palco, já a sua voz se ergue forte, então ela aparece, alta, sob a saia longa. É uma nova estrela do fado, é claro. O público apercebe-se disso imediatamente. Mantém o contacto com o público durante o tempo todo. E se as pessoas batem palmas com pouca força, ela fitando o público, lentamente eleva a palma da mão à orelha num movimento de escuta. Logo os aplausos se tornam mais fortes. Ela sorri. Há uma inegável força e um genuíno êxtase na sua voz quando actua.

O envolvimento fadista existiu desde sempre, mesmo se a sua voz se fez ouvir noutros ritmos, mas a distância de Lisboa trouxe-a ao fado mais convicta do que nunca e esse empenhamento foi notado quando em 2001 edita o seu primeiro álbum, “Fado em mim”. Os títulos dos seus álbuns explicam sempre a sua atitude e forma de estar. Em “Fado em mim” sente-se tanto fado, tanto sentimento, tanto passado e tanto futuro que se antevê um soltar amarras. Um álbum, tripla platina em Portugal, que a impulsiona para a cena internacional que lhe reconhece o talento. A imprensa estrangeira não hesita e atesta que nasceu uma nova estrela. Plateias de vários países acolhem-na entusiasticamente.

Nesse mesmo ano a BBC Rádio 3 considera-a Melhor Artista Europeia na área de World Music, Mariza tinha já conquistado os britânicos aquando da sua actuação no programa de Jogos Holland, considerada uma das melhores, razão pela qual foi incluída no DVD comemorativo do lendário programa da BBC TV. Em Março de 2003 recebe o galardão das mãos de Michael Nyman, no Hackney’s Ocean que fez silêncio para a ouvir cantar.
Na Primavera de 2003 é lançado o seu segundo álbum, “Fado Curvo”, e, se o fado tal como destino não é uma linha recta, logo “o fado não está encerrado em limites”. Mariza confirma todos os prognósticos feitos. A crítica alemã volta a distingui-la com a Deutscheschalplatten. O álbum atinge o 6º lugar no Top Billboard de World Music.

O novo álbum, “Transparente”, é, para Mariza, “um virar de página” mantendo inalterável a sua paixão por cantar as palavras dos poetas, de que se apropria, pela emoção que coloca na forma como as interpreta.

Este ano, foi escolhida pelo Reino da Dinamarca para ser uma das embaixadoras internacionais da obra e do espírito de Hans Christian Andersen. A notabilidade alcançada pela fadista tanto em Portugal como e no estrangeiro foi uma das razões da escolha para além de no fado, tal como na obra de Hans Christian Andersen, haver uma melancolia de forma poética que se tornou universal.

A voz de Mariza solta-se-lhe para o fado, afinal a canção que a embala desde os tempos de menina, oráculo feito no Zambeze de quem nasceu para cantar.

Dulce Pontes


Dulce Pontes
Nascida no Montijo, nos arredores de Lisboa, em 1969, a menina Dulce Pontes foi introduzida na tradição do fado pelo seu tio Carlos Pontes, fadista e amante das corridas de touros. Aos sete anos começa a frequentar o Conservatório Nacional de Música em Lisboa, sendo o piano o seu instrumento de eleição. Ali desenvolve a curiosidade sobre a matéria e adquire o hábito da pesquisa e do estudo da música, criando bases para o desenvolvimento de uma sólida carreira como cantora e compositora. Durante a adolescência dedica alguns anos à aprendizagem da dança contemporânea, e apesar de desencorajada a seguir uma carreira como bailarina, manteve-se por dois anos ainda nos caminhos da dança dando aulas na academia da sua primeira professora, Anabela Gameiro. É também nessa época que forma o grupo de rock “Os Percapita” onde ensaia as primeiras vocalizações amadoras. Os primeiros passos profissionais acontecem quando a jovem cantora é escolhida entre várias candidatas, para substituir a actriz principal no elenco do musical “Enfim Sós”, em 1988. Seguem-se participações em programas televisivos, gravações de spots publicitários e apresentações no Casino do Estoril, onde Dulce chama a atenção pela qualidade da voz e interpretações apaixonadas do fado. O reconhecimento público tem início no programa televisivo “Regresso ao Passado”. Em 1991 obtém o oitavo lugar no Festival da Eurovisão, em Roma, com o tema “Lusitana Paixão”. No ano seguinte edita o seu primeiro disco, “Lusitana”. Em 1993, com o disco “Lágrimas”, Dulce Pontes começa a desenhar um percurso próprio onde, e apesar de ter sido por muitas vezes considerada uma possível sucessora de Amália Rodrigues, o fado é apenas um dos componentes. A sua interpretação de “Canção do Mar” fez parte da banda sonora da versão internacional da novela brasileira “As Pupilas do Senhor Reitor”, (1994). A mesma interpretação desta canção de Ferrer Trindade foi o tema principal da banda sonora do filme “Primal Fear”, (A Raiz do Medo), (1996) de Gregory Hoblit, interpretado por Richard Gere e Edward Norton, nomeado para o Óscar de melhor actor secundário, sendo que o sucesso do filme trouxe também reconhecimento internacional para a cantora portuguesa. Dulce passa a apresentar-se em digressões internacionais percorrendo Espanha, França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Itália, EUA, Japão. Entretanto lança mais três discos; “A Brisa do Coração”, (1995), “Caminhos” (1996), e “O Primeiro Canto” (1999). Cada um deles foi o resultado das pesquisas e recolhas que a Dulce fez pessoalmente, e em cada um deles ela foi aumentando e diversificando os artistas colaboradores, músicos, compositores, poetas, orquestradores e arranjadores que tem em comum o facto de serem reconhecidamente dos melhores nos seus diferentes géneros e áreas. No ano de 1997 Dulce Pontes entra em digressão quase permanente, e representa Portugal no concerto Yes for Europe (Sim pela Europa) difundido por 17 canais televisivos; no World Food Day (Dia mundial da Alimentação) organizado pela FAO em Roma; no concerto de celebração do 52º aniversário da Nações Unidas, em Nova Iorque; no Concerto da Amnistia Internacional em Madrid; e no 1º Festival Internacional de la Solidaridad de Barcelona. Os convites para parcerias e participações em concertos e gravações sucedem-se. Actua ao lado do italiano Andrea Bocelli, do espanhol José Carreras, da cabo-verdiana Cesária Évora, dos brasileiros Caetano Veloso, Daniela Mercury, Simone e Marisa Monte, do gaiteiro galego Carlos Nuñez, dos irlandeses The Chieftains a convite de Paddy Moloney. Nos seus discos, Dulce conta sempre com colaborações de músicos como Leonardo Amuedo, que ela considera sua alma gémea musical, Wayne Shorter, Jaques Morelenbaum, Trilok Gurtu, Justin Vali, Kepa Junkera, Waldemar Bastos, Maria João, Myrdhin, Anders Norudde, Stefanos Korkolis, entre muitos outros artistas de primeira linha.

Lúcia Moniz


Lúcia Moniz


A 9 de Setembro de 1976, em Lisboa, nasceu Ana Lúcia Pereira Moniz, com apenas seis anos de idade ingressou na Academia de Música de Santa Cecília e foi aos catorze. Após completar o sexto ano de formação musical, equivalente ao conservatório, Lúcia Moniz foi estudar para os Estados Unidos durante um ano na Éden Prairie High School. Foi no regresso a Portugal que Lúcia decidiu tirar o curso de Design e em 1995, participou no espectáculo “Os Heróis e o Mar”, no Casino do Estoril.
A grande oportunidade para Lúcia surgiu no ano seguinte, quando foi convidada para interpretar o tema “O meu coração não tem cor” no Festival Eurovisão da Canção, chegando assim à final no dia 7 de Março, conquistando a representação portuguesa no Festival da Canção, onde alcançou o sexto lugar. Lúcia Moniz nunca mais parou e no mesmo ano estreou-se como actriz na peça “Saudades do Futuro” ainda em 1997 fez parte do elenco de um espectáculo de Filipe La Féria, “Leonardo, Babette, Leo e os Anjos”. Em 2002, foi o ano da consolidação da sua carreira como cantora, regressando com um novo álbum, compostos em parceria com autores como Jorge Palma, João Gil, Pedrp Campos e Maria do Amparo (sua mãe).
Em 2003 Lúcia foi seleccionada para participar na comédia romântica Love Actually, na qual fizeram parte Hugh Grant, Emma Thompson, Colin Firth (Jamie.
Depois do enorme sucesso mundial do filme, Lúcia Moniz ficou grávida e decidiu dar tempo à sua vida pessoal. Durante esse período foi preparando composições para o terceiro disco.

Mafalda Veiga


Mafalda Veiga
Mafalda Veiga nasceu a 24 de Dezembro de 1965, em Lisboa. Com 8 anos vai viver para Espanha durante 7 anos. Foi lá que o pai lhe deu sua primeira guitarra, tinha 15 anos.
Já de regresso a Portugal (Alentejo) em 1984 Mafalda alcançou o triunfo no Festival da Canção da cidade de Silves com a canção «Velho», da sua autoria (escreveu-a com 17 anos).
Mafalda Veiga estreou-se na música aos 21 anos, em 1987, com o álbum «Pássaros do Sul» e o single «Planície» e «Restolho». Neste mesmo ano representa a RTP num festival internacional em Dubrovnik, Jugoslávia. No ano seguinte ganha o Sete De Ouro Revelação e o Troféu Nova Gente, para melhor cantora. Em 1988 reapareceu com novo álbum, «Cantar». Um novo álbum que, como o primeiro, também contou com a produção de Manuel Faria dos Trovante. Em 1989 ganha o Prémio Antena 1, para melhor disco. Nos anos seguintes, Mafalda Veiga cantou um pouco por todo o País e participou em 1991 nos derradeiros concertos dos Trovante, em Sagres e nos Coliseus de Lisboa e Porto. No ano seguinte, Mafalda voltou a gravar. «Nada se Repete» contou novamente com a produção de Manuel Faria e, entre outros convidados, registava a participação de Luís Represas num dueto com Mafalda Veiga em «Fragilidade». Ganha o Sete De Ouro para o Melhor Disco, em 1993.
O último álbum editado antes de «Tatuagem» foi «A Cor da Fogueira», em 1996, uma produção cuidada em que esteve envolvido José Sarmento. Este trabalho recebeu o Prémio Pedrada no Charco para melhor composição e produção do ano. O título do trabalho «Tatuagem» “acaba por ser uma metáfora de tudo o que fica: no corpo, na alma, na memória, na maneira como mudamos, como as coisas nos transformam “.(Mafalda Veiga) «Na Alma e Na Pele» é o seu mais recente trabalho e data de 2003.
Em 2001 escreve 4 canções para a telenovela Olhos d’Água, (TVI).
Em 2004 é lançado o primeiro songbook de Mafalda Veiga pela Quasi Edições. A 13 de Dezembro é a vez do lançamento do seu primeiro DVD.

Florbela Espanca


Poetisa portuguesa, natural de Vila Viçosa (Alentejo). Nasceu filha ilegítima de João Maria Espanca e de Antónia da Conceição Lobo. Morreu com apenas 36 anos de idade.
Estudou no liceu de Évora, conclui, em 1917, a secção de letras do Curso dos Liceus. Em Outubro desse mesmo ano matriculou-se na faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Em 1919, quando frequentava o terceiro ano de direito, publicou a sua primeira obra poética, “ Livro de Mágoas”.
Em 1923, publicou o livro de “ Sóror Saudade”.
A poesia de Florbela caracteriza-se pela recorrência aos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude que só poderão ser alcançados no absoluto, no infinito. A veemência passional da sua linguagem, marcadamente pessoal, centrada nas suas próprias frustrações e anseios, é de um sensualismo muitas vezes erótico.
Morreu em Dezembro de 1930 com problemas de saúde, sobretudo de ordem psicológica.
Postumamente foram publicadas as obras Charneca em Flor (1930), Cartas de Flor- Bela Espanca, por Guido batelli (1930), Juvenília (1930), As Marcas do Destino (1931, contos), Cartas de Florbela Espanca, por Azinhal Botelho e José Emílio Amaro (1949) e Diário do Último Ano seguindo De Um Poema Sem Título, com prefácio de Natália Correia (1981).

É tida como a grande figura feminina das primeiras décadas da literatura portuguesa do século XX.

Sophia de Melo Breyner Andersen


Sophia de Melo Breyner Andersen


Poetisa e contista portuguesa, nasceu no Porto, no seio de uma família aristocrática, e aí viveu até aos dez anos, altura em que se mudou para Lisboa.
Frequentou o curso de Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, não tendo todavia chegado a concluí-lo.
Teve uma intervenção política empenhada, opondo-se ao regime salazarista (foi co-fundadora da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos) e também, após o 25 de Abril como deputada.
Presidiu ao Centro Nacional de Cultura e à Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Escritores.
O ambiente da sua infância reflecte-se em imagens e ambientes presentes na sua obra, sobretudo nos livros para crianças.
A sua actividade literária (e política) pautou-se sempre pelas ideias de justiça, liberdade e integridade moral. A depuração, o equilíbrio e a limpidez da linguagem poética, a presença constante da Natureza, a atenção permanente aos problemas e à tragicidade da vida humana são reflexos de uma formação clássica.
Colaborou nas revistas Cadernos de Poesia, Távola Redonda (1950) e Árvore (1951) e conviveu com nomes da literatura como Miguel Torga, Ruy Cinatti e Jorge de Sena.
Na lírica, estreou-se com Poesia (1944) a que se seguiram Dia do Mar (1947), Coral (1950), No tempo Dividido (1954), Mar Novo (1958), O Cristo Cigano (1961) Livro Sexto (1962, Grande Prémio de Poesia da Sociedade Portuguesa de Escritores), Geografia (1967), Dual (1972), O Nome das Coisas (1977, Prémio Teixeira de Pascoaes), Navegações (1977-82) e Lhas (1989).
Colaborou ainda com Júlio Resende na organização de um livro para a infância de Poesia (1993). Em prosa, escreveu O Rapaz de Bronze (1956), Contos Exemplares (1962), História da Terra e do Mar (1984), e os contos infantis “ A Fada Oriana” (1958), “ A Menina do Mar” (1958), “ Noite de Natal” (1959), “ O Cavaleiro da Dinamarca” (1964) e “ A Floresta” (1968).
A sua obra Literária encontra-se parcialmente traduzida em França, Itália e nos Estados Unidos da América. Em 1994 recebeu o Prémio Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores e, no ano seguinte, o Prémio Petrarca, da associação de Editores Italianos. O seu valor, como poetisa e figura da cultura portuguesa, foi também reconhecido através da atribuição do Prémio Camões, em 1999.
Em 2001, foi distinguida com o Prémio Max Jacob de Poesia, num ano em que o prémio foi excepcionalmente alargado a poetas de língua estrangeira.

Agustina Bessa-Luís


Agustina Bessa-Luís


Escritora portuguesa, nascida em Vila Meã, Amarante. Começou a escrever aos 16 anos.
Casou, em 1945, com Alberto de Oliveira Luís.
Viveu em Coimbra até 1948, data em que publicou a novela “Mundo Fechado”. Passa a residir no Porto a partir de 1950, ano em que publica no Porto "Os Super-Homens", primeiro romance.
O reconhecimento do seu talento de romancista viria em 1953 com a atribuição do Prémio Delfim Guimarães ao livro "A Sibila", galardoado no ano seguinte com o Prémio Eça de Queirós.
Dos romances que se lhe seguiram, destacam-se “Os Incuráveis” (1956) e “Ternos Guerreiros” (1960).
Estreou-se no teatro com “ O Inseparável” (1958).
Os romances dos anos sessenta e setenta são a trilogia "As Relações Humanas" (1964-66), "As Pessoas Felizes" (1975) ou "As Fúrias" (1977), mais tarde adaptado ao teatro. "O Concerto dos Flamengos" (1994) é uma incursão notável pela história de Maria da Borgonha e do seu casamento com Carlos o Temerário.
Agustina recebeu quase todos os grandes prémios de literatura em Portugal: o Grande Prémio de Romance e Novela da APE 1983 com “Os Meninos de Ouro”, os Prémios Ricardo Malheiros, da Academia das Ciências de Lisboa em 1966 e 1977, o Prémio D. Dinis, da Casa de Mateus, em 1981, o Prémio do Pen-Clube Português em 1980 e o Prémio Camões em 2004.
Teve uma breve incursão na política quando aceitou ser directora do Teatro Nacional D. Maria II, num governo do Partido Social-Democrata. É sócia da Academia das Ciências de Lisboa (1979), foi-lhe atribuída a Comenda da Ordem Militar de Santiago da Espada (1980) e é sócia das Académie Européenne des Sciences, des Arts et des Lettres, de Paris (1988) e da Academia Brasileira de Letras (1989). Parte da sua obra está traduzida em vários países e os seus livros já foram passados ao cinema como “Francisca”, de Manoel de Oliveira, “A Corte do Norte”, “Prazer e Glória” e “Vale Abraão”.

Natália de Oliveira Correia


Natália de Oliveira Correia

Natália de Oliveira Correia nasceu na Fajã de Baixo, ilha de São Miguel, Açores, em 1923 e morreu em Lisboa em 1993.
Fez os estudos secundários em Lisboa. Sem estudos universitários foi, em 1979, deputada à Assembleia da República.
A obra de Natália Correia estende-se por géneros variados, desde a poesia ao romance, teatro e ensaio, tendo sido eleita deputada pelo Partido Socialista.
Foi fundadora da Frente Nacional para a Defesa da Cultura. Apelou sempre à literatura como forma de intervenção na sociedade, tendo tido um papel activo na oposição ao Estado Novo.
Foi uma figura importante das tertúlias que reuniam nomes centrais da cultura e da literatura portuguesas dos anos 50 e 60.
Com invulgar talento oratório e grande coragem combativa, Natália Correia toma parte activa nos movimentos de oposição ao Estado Novo.
Natália Correia é uma mescla de anjo e demónio. Muito do seu encanto vem desta mistura explosiva. É conhecida pela personalidade livre de convenções sociais, vigorosa e polémica, que se reflecte na escrita. Foi poetisa, romancista, dramaturga, ensaísta, tradutora, conferencista, editora e deputada.

Luísa Ducla Soares


Luísa Ducla Soares

Luísa Ducla Soares nasceu em Lisboa a 20 de Julho de 1939. É licenciada em Filologia Germânica. Ligada inicialmente ao grupo "Poesia 61", dele veio a afastar-se, publicando, como livro de estreia de poesia, Contrato (1970).Tem-se dedicado como estudiosa e autora à literatura infanto-juvenil. Ao seu primeiro livro para crianças, A História da Papoila, foi atribuído pelo Secretariado Nacional de Informação o "Grande Prémio de Literatura Infantil Maria Amália Vaz de Carvalho", que a autora recusou por razões políticas. Publicou 45 obras infanto-juvenis.
Recebeu o "Prémio Calouste Gulbenkian” para o melhor livro de literatura infantil no biénio 1984-1985" e o "Grande Prémio Calouste Gulbenkian" pelo conjunto da sua obra em 1996.Foi tradutora literária e escreveu em numerosos periódicos, sendo no entanto de salientar a sua colaboração na página infantil do Diário Popular (1972-1976) e na Rua Sésamo. Tem obras traduzidas em diversos idiomas, nomeadamente francês, catalão, basco, galego, e várias têm sido adaptadas a teatro.
Foi directora da revista Vida (1971-1972). Escreveu 26 guiões televisivos, que constituem a série sobre língua portuguesa intitulada “Alhos e Bogalhos.” É assessora principal da Biblioteca Nacional, onde trabalha desde 1978.

Luísa Dacosta


Luísa Dacosta

Formou-se na Faculdade de Letras de Lisboa, em Histórico-Filosóficas, curso que começou a frequentar em 1944. No entanto, já na altura se interessava por literatura. Mas as suas «Universidades» foram as mulheres de A Ver-o-Mar, que murcham aos trinta anos, vivem e morrem na resignação de terem filhos e de os perder, na rotina de um trabalho escravo. Foi professora do antigo ciclo preparatório.
Participou, a partir de 1972, na experiência de Veiga Simão para o lançamento dos 7º e 8º anos de escolaridade. Não se limitou a influenciar os alunos. Os alunos também a influenciaram, como a prova o facto de ter incorporado nas suas obras neologismos da autoria deles, tal como «renovescer» no lugar «renovar».
Em 1975, cumpriu um mandato no Conselho de Imprensa, em representação da opinião pública, vindo a cumprir um segundo mandato em 1981. Ainda em 1975, esteve em Timor por requisição do governo daquela (então) província ultramarina, para prestar serviço na comissão eventual encarregada de fazer a remodelação dos programas de ensino.
Recebeu em 1992 o Prémio Máxima de Literatura, pelo seu livro Na Água do Tempo – Diário. Em 2002, recebeu o prémio Uma vida, uma obra, instituído pela Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, com o apoio da Delegação Regional de Cultura do Norte.

Glória Bastos


Glória Bastos
Glória Bastos nasceu no Barreiro a 11 de Outubro de 1960.
Possui o mestrado em Cultura e Literatura Portuguesas, (com especialização em Literatura Infanto-Juvenil), investigando ainda e leccionando na área da Didáctica do Português, com vários trabalhos publicados nesse campo.
Tem orientado várias acções de formação para professores no domínio da literatura para crianças e jovens e promovido numerosas sessões de leitura com crianças, em escolas e bibliotecas.
Além das suas colecções para crianças, Glória Bastos publicou recentemente na Caminho o livro de ensaios “A Escrita para Crianças em Portugal no séc. XIX”.

Alice Vieira


Alice Vieira

Alice Vieira nasceu em 1943 em Lisboa. É licenciada em Germânicas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Em 1958 iniciou a sua colaboração no Suplemento Juvenil do Diário de Lisboa e a partir de 1969 dedicou-se ao jornalismo profissional.
Desde 1979 tem vindo a publicar regularmente livros tendo, actualmente editados na Caminho, cerca de três dezenas de títulos. Recebeu em 1979, o Prémio de Literatura Infantil Ano Internacional da Criança com “ Rosa, Minha Irmã Rosa” e, em 1983, com “Este Rei que Eu escolhi” ganhou o prémio Gulbenkian de Literatura Infantil e em 1994 o Grande Prémio Gulbenkian, pelo conjunto da sua obra.
Recentemente foi indicada pela Secção Portuguesa do IBBY (International Board on Books for Young People) como candidata portuguesa ao Prémio Hans Christian Andersen. Trata-se do mais importante prémio internacional no campo da literatura para crianças e jovens, atribuído a um autor vivo pelo conjunto da sua obra. Alice Vieira é hoje uma das mais importantes escritoras portuguesas para jovens, tendo ganho grande projecção nacional e internacional. Muitas das suas obras foram editadas no estrangeiro.

Maria Inês Ribeiro da Fonseca


MARIA INÊS RIBEIRO DA FONSECA
(1926- 1995)

Maria Inês Ribeiro da Fonseca, teve uma infância cosmopolita, seguindo as colocações do padrasto, o diplomata Jorge Rodrigues dos Santos.
Até aos 20 anos, conheceu Buenos Aires, Estocolmo, Paris, Suíça e Roma. Menez nunca frequentou qualquer escola de arte, tendo começado a pintar por iniciativa própria aos 26 anos. O escritor Ruben A., que era seu amigo, apresentou-a em 1954 a José Augusto França que dirigia nessa época a Galeria de Março, onde realizou a sua primeira exposição individual, de óleos e guaches.
A crítica de então referia-se ao seu expressionismo lírico e abstracto de influência francesa e atribuía a Menez autoria fundadora desta tendência em Portugal. A influência de Viera da Silva, marcante para a geração de Menez, era evidente nestas primeiras obras, mas também as de Bonnard, Rothko e Matisse.
Em 1960, foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, em Londres, e também entre 1965 e 1969, altura em que se tornou amiga de Paula Rego.
Expôs na II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1961), ganhando o 2º Prémio de Pintura.
Em 1966 deu-se o início da sua colaboração com a Galeria 111, que haveria de continuar até à data da sua morte. Também este foi o ano de uma importante exposição na Sociedade Nacional de Belas Artes, que assinalou uma nova fase na carreira da artista, mais marcada pelo ambiente londrino.
Os anos 1976 e 1977 foram anos violentos de luto para Menez, que devido à perda dos dois filhos mais velhos, sucessivamente. Depois de uma pausa, a sua pintura, onde o tempo sempre esteve presente, embora de forma implícita, transformou-se numa pintura do próprio tempo, num corpo a corpo com a morte e a permanência – o que, aliás, encontrava eco na tensão entre forma e informe que perpassa toda a sua obra.
Em 1990 é-lhe atribuído o Prémio Pessoa.
São muito conhecidos os trabalhos deste período, correspondente à encomenda que Menez recebeu para a realização de painéis de azulejos para a estação do Metropolitano da Rotunda em Lisboa.

Graça Morais


Graça Morais – (1948)


Aos 18 anos de idade, altura em que decidiu ser pintora e se inscreveu na Escola de Belas Artes do Porto. Alguns dos seus excelentes desenhos a carvão sobre papel expostos na delegação do Instituto Camões poderiam representá-la a ela mesma, quando era criança, a ser penteada para o dia de festa na aldeia ou vestida de anjinho para as procissões.
Dentro da figuração, apresenta-nos o corpo e algumas das suas possíveis manifestações. De forma subtil oferece-nos uma ampla gama de situações, rituais a que os corpos estão expostos. Deparamo-nos com figuras sofredoras, melancólicas ou alegres. Figuras que realizam as suas tarefas quotidianas ou que são captadas em momentos congelados da sua actividade, é dedicadamente uma pintora humanista.
A pintora mostra-nos os componentes ocultos do que a vista desarmada nos oferece. Através de uma fina arquitectura ensina-nos que por trás de um gesto, de uma mão captada a meio de um trabalho existe uma vida inteira complexa que o olhar desta artista é capaz de desocultar.
Penetrar na sua obra é entrar no mito dos rituais que ainda prevalecem no Portugal contemporâneo.
A paisagem de Trás-os-Montes está bem patente, sem complacências regionalistas: sentem-se as folhas secas, o sangue-vivo, a pedra e o mundo vegetal, raiz e ninho.
O contacto com a história da pintura aconteceu fora de Portugal, designadamente em Paris, onde foi bolseira da Fundação Gulbenkian nos anos 70 (realizou a sua primeira grande exposição individual na sede desta instituição em Paris, em 1979 e outra mais recentemente.) Fora de Portugal deslumbrou-se com a cultura e a pintura dos grandes mestres.
É uma arte de efectiva modernidade. É de sonhos sem idade, que a obra de Graça Morais nos fala, reflectindo o que somos no descobrir de uma ancestralidade silenciosa a que ela dá voz, de uma terra-mãe, na nossa verdade íntima e secreta. Com ela cumpre-se, pois, em plena juventude, a função essencial da arte de sempre.

Maria Helena Vieira


Maria Helena Vieira da silva
(1908-1992)















Maria Helena Vieira da Silva, pintora de origem portuguesa, nasceu em Lisboa, no seio de uma família que cedo estimulou o seu interesse pela pintura, pela leitura e pela música.
Em 1928 vai para Paris onde estuda escultura, optando definitivamente pela pintura em 1929. Em 1930 casa-se com o pintor húngaro, Arpad Szenes. Pintora de temas essencialmente urbanos, a sua pintura revela, desde muito cedo, uma preocupação com o espaço e a profundidade. Vive no Brasil de 1940 a 1947. A sua pintura desse período reflecte a angústia da guerra. Depois do seu regresso a Paris, na década de 50, participa em inúmeras exposições em França e no estrangeiro. Em 1956 obtém a nacionalidade francesa. O estado francês adquire obras suas a partir de 1948 e em 1960 atribui-lhe a primeira de várias condecorações. A partir de 1958, organizam-se retrospectivas da sua obra e são-lhe concedidos importantes prémios internacionais.
Em Portugal, a Fundação Calouste Gulbenkian apresenta a sua obra em 1970, 1977 e 1988. Em 1983, o Metropolitano de Lisboa propõe-lhe a decoração da estação da Cidade Universitária; a obra “Le métro” (1940) é reproduzida em azulejos com a colaboração do pintor Manuel Cargaleiro. Em 1994, é lançado o Catálogo Raisonné da sua obra. Pintora da Segunda Escola de Paris, Vieira da Silva teve um importante papel no panorama da arte internacional.

Anabela Baldaque


Anabela Baldaque



Anabela Baldaque nasceu a 20 de Janeiro de 1964 em Vizela. Concluiu o curso estilista na escola de moda Gudi em 1983. Um ano depois fez o curso de estilista na “ Paris American Academy” e concluiu-o com um desfile de moda no Hotel P.L.M.
É seleccionada pela revista ”Beach Forecast Internacional” para a ilustração e criação de fatos de banho, e estagia com Emílio Pucci (Florença).
Em 1986/89 criou uma marca de vestuário “Anabela Baldaque”, em parceria com outros estilistas funda a galeria de estilistas “Código”.
Em 1989 participou no primeiro encontro Europeu de Arte “Euroarte”, em 1990 fez ilustração de capa e plano gráfico do livro “Camilo e Vizela”.
Em 1992/93 participa no 4º e 5º Salão de criadores da “Expo Fashion” na Fil Moda, merecendo especial destaque na “Fashion Weekly” em Fevereiro de 1993.
No ano de 1993 entra na Moda Lisboa com a colecção Primavera – Verão 94, onde até hoje continua a participar. Participa com a sua colecção em vários programas televisivos.
Em 1995 é uma dos seleccionados para o fardamento do Portugal Telecom, no mesmo ano participa no 1º Portugal Fashion. A convite da Igedo, participa nos seus salões de moda.
Decidiu abrir uma loja própria em 1999 onde inicia o processo de internacionalização.
A sua simplicidade são acrescentados complementos e cores criando assim um conceito de “estar bem na própria pele” prazer ao olhar, prazer a quem veste, a vontade de estar bonita, o conforto de estar e a qualidade. É direccionado para mulheres entre os 20 e 40 anos, de bom poder económico, aliada a várias profissões.
Anabela Baldaque é romântica, observadora, parte para o seu trabalho a construir imagens que veste apaixonadamente de sensualidade, histórias discretas, femininas. Do silêncio tira a sua inspiração para criar, dos tecidos a sua forma de comunicar.

Maria Gambina


Maria Gambina

Nasceu em Oliveira de Azeméis a 3 de Abril de 1969, é uma famosa estilista portuguesa.
O seu nome verdadeiro é Maria Cristina Lopes, frequentou o curso de pintura da Escola Superior de Belas Artes do Porto em 1989, acabando por tirar o curso de Design de moda do CITEX, escola de moda do Porto, concluído em 1992. Logo nesse ano apresentou a sua primeira colecção tendo sido galardoada na Coup de Lune, iniciativa da Air France, e na Bienal de Jovens Criadores da Europa e Mediterrânico, que decorreu em Lisboa. Alcançou também o primeiro prémio no concurso Sangue Novo, promovido pela Moda Lisboa, feito que viria a repetir no ano seguinte, 1993. Lecciona a disciplina de Design de Moda do CITEX, desde 1994.
Considerada hoje como uma das estilistas portuguesas mais requisitadas e de maior reconhecimento internacional, designadamente na área do Streetwear, Maria Gambina inspira-se nos movimentos musicais para criar as suas roupas, dando uma imagem jovem e descontraída à sua marca com elementos como agitação, dança, humor, alegria, rua, cidade, noite e cor.
Aposta na venda exclusiva em lojas próprias da marca, tendo, em 1995, aberto o seu primeiro estabelecimento na Foz, no Porto, e o segundo em 1999, no Saldanha, Lisboa.
Em 1997, em parceria com o estilista José António Tenente, desenhou o projecto vencedor para as fardas que viriam ser utilizadas pelos funcionários da Expo` 98.
Distinguida como criadora do ano pela Elite Model Look em 1997, apresentou a sua colecção Outono – Inverno em Estocolmo, na Suécia, a convite do ICEP. No ano seguinte participou, com a colecção Outono – Inverno 1998/99, no workshop de Paris, feito até aí inédito na moda portuguesa. Em 1998 apresentou a sua colecção Primavera – Verão no workshop parisiense, com a colecção 1999/2000, o que acabou por lhe abrir portas do mercado japonês. Já em finais de 1999, levou a São Paulo, a sua colecção Verão 2000, graças ao convite feito para participar no Portugal Fashion internacional.
Com as suas propostas Primavera – Verão 2000 veio a obter o prémio de melhor colecção feminina promovida pela Moda Lisboa. Em Março de 2000, participou no calendário oficial da Semana da Moda de Paris ao integrar o desfile Portugal Fashion internacional. Em 2004 foi responsável pelo desenho das fardas do Europeu de Futebol realizado em Portugal.

Ana Salazar


Ana Salazar

Nasceu em Lisboa a 19 de Julho de 1941,onde continua a viver. Inicia a sua carreira na moda na década de 70, introduzindo um novo conceito de vestir para Portugal, sendo considerada pela imprensa (nacional e internacional) como pioneira da Moda, Made em Portugal.
Detém três pontos de vendas próprios em Portugal, para além de estar representada em lojas multimarcas, por todo o País.
Desde 1989 desenvolve uma linha de perfumes, em regime de licença.
A partir de 1991 desenha Ana Salazar Cerâmica, uma linha de azulejos para interiores.
Para além da criação de peças para lojas de museus nacionais e de ter projectado as togas do ISCTE, participou em várias exposições temáticas, em Portugal e no estrangeiro designadamente: La Mode au Xème siècle; Musée du Louvre /Paris ; Museu do Trage /Lisboa ; Trage – Um objecto de Arte ; (F.Gulbenkian, Lisboa); Moda e Design de Objectos; (Europalia, Bruxelas); Varions Gitanes; (Musée du Louvre, Paris); Histoire de Mode, (Musée des Artes de La Mode, Paris).
Desde 1990 tem vindo a criar figurinos para peças de teatro e dança.
Em 1999 marca o início da colaboração de Rita Salazar na Criação das colecções, que é actualmente responsável pela direcção do gabinete criativo.
Em 2003 é lançado o livro, Ana Salazar, uma biografia ilustrada, uma obra com muitas fotografias que documentam todo o seu percurso de vida até à actualidade. Concebe a nova linha de vestuário de serviço dos CTT – Correios Portugal, bem como os trajes para a Confraria do Maranho.
Em 2003 foi galardoada com o prémio nacional de Design “Troféu Sena da Silva” do Centro Português de Design.
Em 2004, cria os lenços de senhora para a AML (Área Metropolitana de Lisboa).
Para além das várias distinções e prémios que têm vindo a ser concedidos, foi agraciada pelo Sr. Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, com a condecoração de Grande Oficial da Ordem do Infante D.Henrique e mais recentemente distinguida com o “ Prémio Carreira”do Centro Português de Design.

Fatima Lopes


Fátima Lopes

Fátima Lopes nasceu no Funchal a 8 de Março de 1965.
Natural da ilha da Madeira, Fátima Lopes desde criança revelou um interesse pelo mundo da moda e durante a sua adolescência, insatisfeita com a roupa que era vendida no Funchal, começou a criar roupas para si própria. Graças à sua fluência em línguas estrangeiras, trabalhou no Funchal como guia turística de uma agência de viagens.
Em 1990 mudou-se para Lisboa com o objectivo de prosseguir uma carreira como estilista. Nesta cidade abriu com uma amiga uma loja chamada “Versos” onde vendia essencialmente roupa de criadores internacionais. Em 1992 o nome da loja mudou para “Fátima Lopes”. Em Setembro do mesmo ano participou como criadora num espectáculo de moda realizado num convento de Lisboa, onde as suas propostas foram bem escolhidas.
Em 1994 mostra as suas roupas pela primeira vez no “Salon du Prêt – à – Porter Feminin”em Paris. No ano seguinte participa no grande evento de moda nacional, o “Portugal Fashion”. Entre 1996 e 1998, Fátima começa a desenhar sapatos e carteiras dirigidos quer ao público feminino, quer ao público masculino.
Em 1996 abre a sua primeira loja internacional, situada na cidade de Paris.
Desde 1999 participa duas vezes por ano no Salão da Moda de Paris, sendo actualmente a única portuguesa presente. Em 2000 causa grande atenção mediática por desfilar na capital francesa o mais caro biquini em ouro e diamante, avaliado em cerca de um milhão de dólares.
Em 2002 foi convidada pela Mattel a criar uma boneca Barbie, tendo decidido reproduzir na boneca o mais caro biquini em ouro e diamantes que usou em Paris. Em 2003 abriu a sua primeira loja de roupa nos Estados Unidos da América, situada na cidade de Los Angeles.